A talentosa atriz Anjana Vasan está no centro das atenções com seu mais recente papel principal no episódio “Demon 79” da sexta temporada da aclamada série “Black Mirror”, de Charlie Brooker, disponível na Netflix.
No episódio, situado na Inglaterra do Norte em 1979, Vasan interpreta uma assistente de vendas tímida que se vê obrigada a cometer atos terríveis para evitar um desastre. Escrito por Brooker e Bisha K. Ali (“Ms. Marvel”) e dirigido por Toby Haynes (“Andor”), o episódio promete surpreender os fãs da série.
Em uma entrevista à Variety, Vasan compartilhou suas impressões sobre o roteiro. Ela afirmou que o episódio se destacou por sua abordagem diferenciada, proporcionando uma experiência única. A dinâmica entre seu personagem e o de Paapa Essiedu foi particularmente interessante e surpreendente para ela, despertando o desejo de mergulhar nesse mundo e explorar a jornada de sua personagem.
Para dar vida a Nida, uma personagem de origem asiática, Vasan trabalhou em conjunto com Haynes para desenvolver a história de fundo de sua personagem. Além disso, ela teve extensas discussões com Ali, considerando a “especificidade cultural” do papel. Essas conversas aprofundadas ajudaram a compreender a perspectiva emocional de Nida, especialmente em relação às microagressões que ela enfrenta. Vasan destacou a conexão pessoal que ela e Ali tiveram como imigrantes, compreendendo o sentimento de serem “estranhas” e como isso se relacionava com o personagem.
Quando questionada sobre sua experiência de trabalho com Brooker, Vasan elogiou a abordagem colaborativa do criador e dos produtores. Embora tenham tido participação ativa na definição dos detalhes de figurino e requisitos específicos da época, foi deixado espaço para que os atores liderassem a história em si. Vasan também compartilhou que, apesar de ter consciência da existência de outros episódios, ela não tinha muitas informações sobre eles até assistir ao trailer.
No episódio, Nida enfrenta um dilema e é forçada a realizar “coisas indizíveis”. Vasan considerou o desafio de retratar alguém em situação de angústia por um longo período. Ela expressou sua gratidão pelo trabalho com Essiedu, descrevendo a química e a compreensão mútua que surgiram naturalmente entre eles. Essa parceria foi enriquecedora e divertida, facilitando a exploração conjunta dos personagens.
Nascida no sul da Índia e criada em Cingapura, Vasan mudou-se para o Reino Unido após concluir seu mestrado em atuação no Royal Welsh College of Music & Drama. Sua paixão pelo teatro foi influenciada por sua experiência em Cingapura, onde ela teve a oportunidade de assistir a uma ampla variedade de peças, desde produções locais até o cânone ocidental, passando pelo teatro avant-garde coreano e filmes de Bollywood.
Vasan possui um impressionante currículo, com papéis de destaque em séries como “Killing Eve”, da BBC-AMC+, “Sex Education”, da Netflix, e “We Are Lady Parts”, do Channel 4, pelo qual recebeu uma indicação ao BAFTA de Melhor Atriz. No cinema, destacam-se seus papéis nos filmes “Mogul Mowgli” e “Cyrano”. Sua trajetória no teatro inclui diversas performances com a Royal Shakespeare Company, além de peças como “Rutherford and Son”, “Dara”, “Behind the Beautiful Forevers” e “Life of Galileo”. Recentemente, Vasan recebeu o prêmio Olivier de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação como Stella na produção de “Um Bonde Chamado Desejo”, de Tennessee Williams.
Como uma atriz frequentemente escalada para papéis sem restrições étnicas, Vasan enfatiza a importância de questionar a escolha do diretor nesses casos. Ela acredita que a diversidade pode enriquecer as narrativas, desde que seja considerado o contexto e o significado que a inclusão traz. Ela destaca que o público é capaz de compreender quando a identidade étnica é relevante para a história, e espera que o mesmo nível de lógica seja aplicado a atores de diferentes origens.
Com seu talento e perspectiva única, Anjana Vasan continua a conquistar papéis desafiadores e a contribuir para uma indústria do entretenimento mais inclusiva e autêntica.