O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a retirada do especial de comédia “Perturbador” do humorista Léo Lins do Youtube, no último sábado (13). A medida cautelar foi atendida a um pedido do Ministério Público de São Paulo. O vídeo em questão trazia piadas com teor preconceituoso, envolvendo temas sensíveis como escravidão, perseguição religiosa, minorias, pessoas idosas e com deficiências.
Desde então, Léo Lins fez uma série de postagens nas redes sociais, com uma contagem regressiva para a data da remoção do conteúdo na plataforma. “Faltam 180 minutos para abrir um precedente perigoso para a comedia, ou melhor, a arte em geral”, escreveu o humorista em uma postagem no Instagram nesta terça-feira (16), data em que o vídeo do show de comédia saiu da plataforma.
Segundo Léo Lins, a gravação do show de stand-up aconteceu na cidade de Curitiba para aproximadamente 4 mil pessoas. Ele ainda ressaltou que a publicação na plataforma tinha mais de 3 milhões de visualização. A equipe do humorista afirmou que a defesa vê as medidas como “censura” e que já está preparando as medidas cabíveis junto ao TJSP.
Essa decisão judicial levantou um debate sobre os limites do humor e da liberdade de expressão. Enquanto alguns defendem que o humor deve ser livre para tratar de qualquer tema, outros argumentam que isso não pode ser desculpa para propagar discursos de ódio ou ofensivos a grupos vulneráveis. O caso ainda deve ter novos desdobramentos, envolvendo o embate entre a liberdade artística e a necessidade de combate à discriminação e ao preconceito.