Em reportagem publicada pela Revista Piauí sobre os supostos casos de assédio sexual envolvendo Marcius Melhem e suas ex-subordinadas no núcleo de humor da TV Globo, uma das vítimas afirma que o ator e diretor pediu para que ela lhe fizesse sexo oral como forma de agradecimento por ter sido contratada por ele.
Segundo a revista, uma das vítimas do humorista teria sido pressionada contra a parede enquanto ele tentava beijá-la a força. A atriz afirmou que ela mantinha os lábios cerrados enquanto o Melhem a atacava apenas de toalha e com o pênis ereto. Diante da resistência dela, o ator se vestiu e deixou o quarto de hotel onde ela estava hospedada.
O fato teria acontecido em 27 de novembro de 2014, em meio às gravações da nova temporada do humorístico Tá no Ar: a TV na TV (2014-2019). O ator teria pedido à atriz para tomar banho no quarto dela, em um flat na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, antes de uma confraternização do elenco.
“Ela achou o pedido um pouco esquisito, mas entendeu que não tinha como negar o favor. Afinal, Melhem era seu chefe. Para desestimular qualquer investida inadequada, ela fez questão de informar que uma colega do Tá no Ar também estava chegando ao flat”, diz trecho da reportagem da revista.
A atriz ainda relata que Melhem não se incomodou e que ao chegar ao quarto foi direto para o banheiro. Porém, Minutos depois, Melhem surgiu com uma toalha enrolada na cintura e o pênis ereto e partiu para cima da atriz.
De acordo com a publicação da Piauí, Melhem chegou a receber atrizes no flat alugado pela emissora, que funcionava como redação do departamento de humor, de cuecas, com as calças abaixadas ou até mesmo sem calças. Entre as diversas denúncias, uma das vítimas afirma que ele a chamava de “piranha” e outra conta que o humorista falava que a atriz fazia parte de suas fantasias sexuais.
A reportagem esteve proibida de ser publicada durante 172 dias, até que em 31 de janeiro foi liberada pelo ministro Gilmar Mendes, do Superemo Tribunal Federal.
A publicação ainda afirma que Melhem propunha sexo para uma colega, pegava a mão das mulheres e a colocava em seu pênis, e tecia comentários impróprios com atrizes, do tipo: “Como você está gostosa com essa roupa”.
De acordo com as oito mulheres vítimas de Marcius Melhem, entre 2010 e 2019, o humorista teve comportamentos impróprios e inadequados em diversas ocasiões, nos mais variados locais, entre eles, os Estúdios Globo, a casa onde trabalhavam os redatores dos programas de humor da emissora, e o bar Vizinha 123, em Botafogo, onde testemunhas sustentam que a atriz Dani Calabresa foi assediada por Melhem na saída do banheiro e também o flat que a emissora alugava para reuniões do elenco.
No último depoimento que deu à Delegacia de Atendimento à Mulher, Melhem nega ou relativiza as acusações. O humorista afirma que não tem compulsão sexual, se declara católico e devoto de Nossa Senhora de Fátima, garante que sempre respeitou as mulheres com as quais trabalhou e diz nunca usou seu poder e influência em troca de sexo ou boicotou a carreira artística de quem quer que seja. Além disso, ele também esclareceu que não tinha poder absoluto para contratar e definir salários ou escala de trabalho.