O Brasil perdeu neste sábado um de seus maiores ícones da cultura pop e da literatura infantil: Ziraldo Alves Pinto, conhecido carinhosamente por Ziraldo, faleceu aos 91 anos, deixando um legado de criatividade, humor e sensibilidade que marcou gerações.
Nascido em 24 de outubro de 1932, em Caratinga, Minas Gerais, Ziraldo se tornou um dos mais prolíficos escritores e cartunistas brasileiros. Sua obra mais famosa, “O Menino Maluquinho”, publicada em 1980, é um marco na literatura infantil, retratando as aventuras e travessuras de um garoto de panela na cabeça, que se tornou símbolo da infância brasileira. Esta obra, que já foi adaptada para o cinema, teatro e televisão, é apenas a ponta do iceberg de sua vasta contribuição para a cultura brasileira.
Além de “O Menino Maluquinho”, Ziraldo criou personagens icônicos e obras que dialogam com todas as idades, destacando-se:
- “Flicts” (1969), sua primeira obra infantil, conta a história de uma cor que não encontrava lugar no mundo, abordando temas de pertencimento e diversidade.
- “O Planeta Lilás” (1982), uma aventura espacial que estimula a imaginação e a criatividade das crianças.
- “A Turma do Pererê”, primeira revista em quadrinhos brasileira feita em cores, lançada em 1960, que trazia personagens do folclore brasileiro em histórias cheias de humor e crítica social.
Ziraldo também foi um dos fundadores do jornal “O Pasquim”, que se notabilizou por sua oposição ao regime militar brasileiro, usando o humor e a sátira como formas de resistência. Seu trabalho como cartunista não se limitou aos quadrinhos e livros infantis; ele produziu uma vasta obra de cartuns, charges e caricaturas que comentavam a política e a sociedade brasileira com inteligência e acidez.
O legado de Ziraldo é imenso, tanto na literatura quanto no jornalismo e nas artes visuais. Ele inspirou e continua inspirando artistas, escritores e leitores com sua visão única, que sempre buscou encontrar a beleza e a alegria nas simplicidades da vida. Sua morte é uma grande perda para a cultura brasileira, mas sua obra permanece viva, continuando a encantar e a formar novas gerações de leitores.
Ziraldo nos deixa, mas o ‘Menino Maluquinho’ e tantos outros personagens seguirão eternos na memória afetiva e cultural do Brasil, lembrando-nos da importância da infância, da imaginação e do riso no cotidiano.